quarta-feira, 7 de abril de 2010

Senado terceiriza parentes para burlar lei do nepotismo

O Senado encontrou uma fórmula para burlar a lei antinepotismo, que proíbe a contratação de parentes: usa prestadoras de serviços terceirizados para empregar familiares de funcionários. Pelo menos três diretores da Casa e duas empresas estão envolvidos no esquema, revela reportagem de Adriana Vasconcelos e Leila Suwwan, publicada na edição deste domingo do jornal O Globo. Uma delas, a Aval, tem como responsável José Carvalho de Araújo, o mesmo empresário que foi preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Mão de Obra, acusado de participar de fraude de outras licitações na Casa. O diretor de Gestão de Documentos do Arquivo do Senado tem um filho e um irmão trabalhando na Casa. No Arquivo também trabalha o filho do diretor da Subsecretaria de Suprimentos da Gráfica do Senado. Segundo a Advocacia-Geral do Senado, a triangulação não é ilegal.

O problema é a suspeita de ingerência dos diretores para favorecer parentes. Estima-se que cerca de 90% dos terceirizados têm vínculo com funcionários da Casa. Depois dos escândalos com o afastamento do diretor-geral e o pagamento de horas extras no recesso, o Senado ainda esconde informações: não forneceu a lista de funcionários terceirizados.

Rumores sobre irregularidades nos contratos com empresas são constantes nos corredores do Senado, criticado por ser uma caixa-preta. Além de dificultar o acesso aos contratos, que são públicos, a Casa se negou a fornecer lista de funcionários terceirizados. Um servidor do Senado que já exerceu cargo de chefia explicou que todo esse cuidado serviria para acobertar irregularidades. Ele pediu que sua identidade fosse resguardada por temer retaliação.

Fonte: O Globo

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