Flagrantes de sujeira, mau cheiro, lixo e degradação às margens de nascentes, rios ou córregos têm se tornado cenas comuns do cotidiano. O descaso em áreas de preservação ambiental é constatado ao passear pelas margens do córrego Buritizinho, em Uberlândia. O manancial corta os bairros Maravilha, Pacaembu, Jardim Brasília e Roosevelt, e consiste em uma importante região ecológica dentro da área urbana.
Um depósito de material de construção usado em um terreno privado e uma central de entulho da Prefeitura a poucos metros do leito do córrego foram constatados pelos moradores como influência na degradação do local. “No lugar da central de entulho, por que não construir uma área de reserva ambiental, possibilitando lazer e saúde para a vizinhança?”, questionou Maria de Fátima, que há anos briga pela preservação do córrego Buritizinho. Para ela, o nome poderia até mudar. “Palmeiras Buritis que dão nome ao local são raramente vistas, o novo nome poderia ser córrego do abandono ou do entulho”, desabafou.
Projeto prevê criação de parque linear
A Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente mobiliza-se para o “salvamento” do trecho por onde o córrego segue. O secretário Cláudio Guedes disse que, de acordo com a aprovação do plano diretor de 1994, os córregos e rios que cortam a zona urbana não podem ser mais canalizados. A solução é tornarem-se parques lineares, o que possibilita qualidade de vida para quem vive nas proximidades de Áreas de Preservação Ambiental (APA).
“No caso do córrego Buritizinho, a Prefeitura trabalha para transformar o local em um parque linear até o bairro Industrial, unindo-o ao córrego Liso, até chegar na área do Parque Siquierolli”, explicou o secretário. Não há previsão para a conclusão deste projeto.
Segundo o secretário, a solução para o Buritizinho é dificultada pelas áreas privadas à beira do córrego, que ainda estão sendo negociadas para que se viabilize a construção de um espaço de preservação. Em relação às redes de esgoto, Cláudio Guedes afirmou que não existem mais dejetos despejados em córregos ou rios de Uberlândia. “Se há casos, são redes clandestinas, que são passíveis de denúncia para que a secretaria possa notificar e pedir regularização”, esclareceu.
A intenção da secretaria é revitalizar áreas como estas com a transformação das mesmas em parque linear, como o que foi feito com o córrego do Óleo, no bairro Luizote de Freitas. “Lá, o projeto do parque linear foi rapidamente concluído, pois a maioria da área era de terrenos públicos”, explicou. O secretário enumerou mais três córregos que, brevemente, devem começar a receber o título de parque linear: córrego dos Bons Olhos, Lagoinha e Vinhedo.
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