quinta-feira, 30 de julho de 2009

Uberlândia tem outra suspeita de Gripe A.


Mulher grávida está na UTI do Hospital de Clínicas; casos em análise são três!

Uberlândia tem mais um caso suspeito de gripe A (H1N1). Uma gestante, cujo nome não foi divulgado, está internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU). O estado de saúde da mulher é estável, conforme o boletim médico divulgado no fim da tarde de ontem pela assessoria de comunicação do hospital.

Assim como nos outros dois casos suspeitos identificados no Município nesta semana, o sangue da paciente foi coletado para que seja feito o exame laboratorial que comprova ou descarta o caso como de gripe A. O material foi enviado para o Instituto Fiocruz, no Rio de Janeiro. A mulher está sendo monitorada em um leito isolado.

Também continuava internada na UTI do HC/UFU, mas em estado grave – até o fim da tarde de ontem -, a jovem que deu entrada na Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro Tibery, no sábado (25). A paciente foi transferida na terça-feira para o Hospital de Clínicas. A garota apresentou os sintomas da nova gripe e, por isso, a Vigilância Epidemiológica do Município foi notificada. Amostras de sangue foram coletadas e enviadas também para o Instituto Fiocruz para análise.

Segundo a Gerência Regional de Saúde (GRS), o resultado do exame deve ser conhecido em dez dias. Outros quatro casos suspeitos em Uberlândia também aguardam o resultado de exames na Fiocruz.

O outro jovem que deu entrada na UAI do bairro Tibery, juntamente com a garota transferida para o Hospital de Clínicas, recebeu alta ontem à tarde. O Comitê Regional de Prevenção da Influenza A coletou e enviou a amostra de sangue do rapaz para exame.

Prevenção

A equipe do programa de Vigilância Epidemiológica do Município foi notificada e está adotando medidas para a prevenção e monitoramento dos pacientes com suspeita de estarem infectados pela influenza A. Os familiares das pessoas com suspeita da doença também estão passando por monitoramento.

A assessoria de comunicação da GRS em Uberlândia informou que ainda aguarda os resultados dos exames laboratoriais dos casos suspeitos de gripe A na cidade. O prazo para liberação dos resultados era de, aproximadamente, três dias, mas estava sendo liberado em até 24 horas.

Porém, os resultados dos exames dos casos suspeitos mais recentes estão demorando até um mês para serem divulgados. A justificativa para o atraso é o aumento da demanda de amostras clínicas, associado ao atraso na entrega dos reativos para o exame em tempo real. Os casos mais graves estão sendo priorizados pelo instituto.

População está preocupada

O paciente dá seguidas tossidas e espirra enquanto aguarda atendimento na fila da Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro Tibery, região Leste de Uberlândia. A mulher sentada ao lado, discretamente, vira o rosto e tenta se distanciar, ajeitando-se para o lado oposto. O medo do contágio do vírus que provoca a gripe A, o H1N1, alterou a rotina em unidades hospitalares e o comportamento de pacientes e atendentes, sobretudo em ambientes fechados e com aglomerações. “Vou esperar minha vez aqui do lado de fora”, afirmou a agente de saúde Kênia de Oliveira, que aguardava a realização de ultrassom nos rins na UAI do bairro Martins.

A reportagem do CORREIO de Uberlândia percorreu ontem, na parte da manhã, três UAIs (do Tibery, Pampulha e Martins) e observou várias pessoas tendo comportamentos sugeridos pelas campanhas de prevenção à gripe A, e também muitos pacientes dizendo estar com os principais sintomas da doença. “Estou com febre, mal-estar e dor de cabeça”, disse a dona de casa Aparecida Ferreira, que aguardava atendimento na UAI do Pampulha. “Tem mais de hora que estou na fila”, disse.

A cerca de três quilômetros dali, na UAI Tibery, o aposentado João Abrão e a professora Zenaide de Rezende também tinham sintomas parecidos. “Estou com tosse, febre e cansaço”, disse o aposentado. “Tem uma semana que estou tomando remédio para cortar a febre, mas ela não acaba”, afirmou a professora.

Muitos que esperavam atendimento com especialistas de outras áreas evitavam o contato com os demais pacientes no pronto-atendimento das UAIs. “Preferi esperar a minha vez do lado de fora. Lá dentro é muito abafado”, disse o viverista Célio Gonçalves. Ele esperava uma consulta oftalmológica acompanhado pelo filho Ricardo Gonçalves.

Operador de máquinas na unidade de uma grande multinacional do ramo de biotecnologia, em Uberlândia, Ricardo Gonçalves disse que as reuniões na empresa para evitar o contágio tem sido frequentes. Assim como a orientação para o uso do gel antisséptico e para intensificar cuidados com a higiene.

Rotina permanece inalterada

O secretário municipal de Saúde de Uberlândia, Gladstone Rodrigues da Cunha, afirmou que a rotina de acolhimento de pacientes nas Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) continua inalterada. “A orientação é para que ocorra o atendimento normal. São os mesmos cuidados com a gripe comum, que também não queremos que se propague”, afirmou.
Médico, ele coloca em xeque a eficácia das máscaras cirúrgicas. “A máscara cirúrgica não impede a passagem do vírus. Ele é muito menor [que os microporos]. A orientação é que não há necessidade de utilizar a máscara”, afirmou.

Segundo o secretário, somente em casos visivelmente graves é recomendada a utilização da máscara cirúrgica. “A enfermeira-chefe é a referência. Se o médico suspeitar de um caso mais grave, a enfermeira chama um infectologista, temos quatro infectologistas, um para cada duas UAIs, e ele avalia a necessidade de isolamento, de máscara e hospitalização”, afirmou.

Na rede hospitalar particular de Uberlândia, a rotina de atendimento foi alterada. “No caso de urgência, no pronto-atendimento, é feita a orientação aos pacientes e estamos internando os casos suspeitos. Quando a pessoa tem todos os critérios clínicos: dor no corpo, febre, mal-estar durante mais de 24 horas, se teve contato com alguma pessoa que viajou para o exterior, há internação”, afirmou o diretor administrativo do maior hospital da rede, Alexandre de Menezes Rodrigues.

Segundo ele, a triagem começa pela recepção e em alguns casos o médico utiliza a máscara cirúrgica. “Pacientes internados com infecção, nós temos orientado a andar de máscara. É mais um cuidado extra do que uma barreira definitiva, porque sabemos que a máscara é uma barreira temporária e falha”, disse Rodrigues.

Por precaução, os bombeiros, que atendem em ambulâncias, utilizam a máscara. “Já fazíamos isso antes”, afirmou o cabo Reginaldo Cruzeiro.

Fonte:Jornal Correio de Uberlândia

Nenhum comentário: